Recebi um apelo da Maria João, que pertence aos Missionários Combonianos. A Maria João pediu-me para divulgar que, na próxima sexta-feira, dia 20, realiza-se uma oração de TaiZé pelo Darfur , às 19h45m, na Igreja de S. Nicolau, na Baixa de Lisboa. Tenho que confessar que, apesar de já ter ouvido qualquer coisa sobre o Darfur, não estava muito dentro do assunto. Como tal resolvi ir-me informar.Então descobri, que as Nações Unidas consideram esta como uma das piores crises humanitárias afectando 3,6 milhões de pessoas. As crianças afectadas são cerca de 1,8 milhões. Que futuro terão estas crianças afectadas pela má nutrição, pela violência, pela doença? Quais serão os seus desejos, os seus sonhos? Provavelmente já não devem ter capacidade para sonhar. Na minha pesquisa descobri a história de Asma, uma menina de 11 anos:
DARFUR, 2 Julho 2004 – Os desenhos de Asma mudaram drasticamente quando lhe deram um lápis encarnado. Apareceram as flores, o sol... e os corpos manchados de sangue. Usando os desenhos para recordar e recuperar do trauma provocado pelo ataque brutal à sua aldeia, Asma, uma rapariga de 11 anos, desenha um homem armado montado num camelo, a disparar sobre um conjunto de pessoas.
As vítimas não são imaginárias. Asma vai apontando para as diversas figuras representadas no desenho e vai identificando uma a uma: primeiro o pai, depois o irmão mais velho e uma tia. Todos mortos. Todos assassinados quando, há quatro meses, as milícias atacaram as terras da família. Uma cena que se repete de forma assustadoranum território do tamanho de França.
As vítimas não são imaginárias. Asma vai apontando para as diversas figuras representadas no desenho e vai identificando uma a uma: primeiro o pai, depois o irmão mais velho e uma tia. Todos mortos. Todos assassinados quando, há quatro meses, as milícias atacaram as terras da família. Uma cena que se repete de forma assustadoranum território do tamanho de França.
“Primeiro ouvi o barulho dos helicópteros e depois gritos” diz Asma, entrelaçando os lápis entre os dedos. “Era de manhã cedo e o meu pai estava no campo e eu corri para ele. As palhotas estavam a arder e então apareceram oshomens montados em camelos. Dispararam para as pessoas, que só gritavam. Vi o meu pai a fugir em direcção a mim, mas não conseguiu chegar porque foi abatido. A minha mãe veio ter comigo e conseguimos fugir, e escondemo-nos num armazém onde guardávamos a comida para os animais. Lembro-me que ela me dizia para não fazer barulho, mas eu não parava de gritar pelo meu pai.”
Durante os ataques de uma terrível brutalidade, centenas de aldeias foram incendiadas, milhares de pessoas mortas, as acusações de violações sistemática de mulheres são generalizadas, as colheitas e o gado foram pilhados ou destruídos bem como as reservas de alimentos.
“Ficámos no armazém durante quase um dia”, continua Asma, “até termos a certeza que podíamos sair. Quando chegámos cá fora encontrámos o meu irmão... estava morto. A minha tia tinha queimaduras, mas estava viva.Tentámos fugir para as montanhas, mas a minha tia morreu no caminho. Andámos durante dois dias, sem água, até chegar a Nyala (capital do Sul de Darfur). Passado um mês, trouxeram-nos para este campo de deslocados em Kalma. Na minha aldeia tínhamos animais, culturas e árvores. Aqui não temos nada. Sinto muito a falta do meu pai.”
É impossível ficar indiferente. Por isso não se esqueçam:
Na próxima sexta-feira, dia 20, oração de Taizé pelo Darfur, às 19h 45 min., na Igreja de S. Nicolau (Baixa de Lisboa). Não faltes e divulga. Se não puderes ir junta-te à oração aonde quer que estejas.
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